Compreendo tudo muito mais dói e é incômodo
vontade de não saber perdoar, de não ser compreensivo, tolerante
— de não me contentar com o pouco —
“amor malfeito, depressa, fazer a barba e partir”
eu me sinto às vezes tão frágil,
queria me debruçar em alguém, em alguma coisa
alguma segurança, invento estorinhas para mim mesmo,
o tempo todo, me conformo, me dou força
mas a sensação de estar sozinho não me larga
algumas paranóias, mas nada de grave
o que incomoda é esta fragilidade,
essa aceitação, esse contentar-se com quase nada
Caio Fernando Loureiro de Abreu
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