23 de janeiro de 2011


O tempo não corre: flutua pelos minutos num ritmo enlouquecedor de relógio sádico, como se esperasse meu limite pessoal.
As unhas roídas, a insônia, tédio.
A tv ignorada brilha o reflexo na janela contrastando o escuro que toma o resto do quarto. O frio amortece os pés descalços sob o cobertor e a chuva no vidro briga com o volume da televisão.
A tv sem público, as conversas com o cachorro, tédio.
O psiquiatra diz que não é nada, é só tédio.
O tédio que te aguarda, em cada espaço vazio do dia.
O tédio que te segura, em cada momento perdido de ocupação.
São onze horas e o ponteiro do relógio faz questão de me lembrar em cada batida.
TÉDIO. Cinco letras de angústia. Estado de espírito ou substantivo? Não é nada, só tédio.

Verônica H

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