7 de dezembro de 2010


As cartas de amor deveriam ser fechadas com a língua;
Beijadas antes de enviadas. Sopradas. Respiradas.
O esforço do pulmão capturado pelo envelope,
a letra tremendo como uma pálpebra.
Não a cola isenta, neutra. Mas a espuma, a gentileza,
a gripe, o contágio. Porque a saliva acalma um machucado.
As cartas de amor deveriam ser abertas com os dentes.

 Fabricio Carpinejar - Como no céu

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